Era a última semana de outubro de 2016, Peregrine Drake seria banido na semana seguinte. Diversos jogadores de Pauper se reuniram em uma famosa loja no bairro da Liberdade, em São Paulo, para competir no Campeonato Nacional. Naquele ano, eu havia me mudado para a cidade e estava dando um tempo de Magic, mas frequentava ocasionalmente as lojas para conhecer os ambientes - em uma dessas voltas, não apenas comprei um Mono Black Devotion como participei de um classificatório, ganhando um torneio que eu não tinha a expectativa de ganhar.
Semanas depois, a primeira rodada estava prestes a começar. Na minha frente, um homem tranquilo e entusiasmado me cumprimentava. “Boa sorte!” - dissemos um para o outro. Sorte era algo que, no primeiro turno, descobri que precisaria de muita: ele estava jogando de Burn, eu estava de Mono Black Monarch, era impossível vencer aquela partida sem sorte.
Meu turno 4 do Game 1 foi conjurar Thorn of the Black Rose e pegar da minha deckbox a ficha de Monarca. Na época, Monarch ainda não tinha chegado ao Magic Online e era uma mecânica exclusiva do papel (o Nacional adotou a validade do MTGO a partir de 2017), mas era uma tech já conhecida em algumas regiões de São Paulo - o oponente pegou o card para ler, depois pegou a ficha para ler e tentei explicar a mecânica de uma forma simplificada: “É como se fosse uma Phyrexian Arena que funciona no fim do turno, se você me causar dano de combate, você ganha o controle dela”, ao qual ele respondeu “Legal!”.
Como esperado, aquele rapaz entusiasmado me venceu de 2-0. Ao preencher o papel, o nome dele ficou na minha cabeça: Alexandre Weber. Ele se levantou, desejamos boa sorte um para o outro, engoli minha frustração de pegar o pior match possível na primeira rodada - Romeu era uma pessoa muito mais passional com Magic no pré-pandemia - e continuei minha participação. Um dia depois, descobri pelo Facebook que o Alexandre havia se consagrado campeão nacional naquele torneio.
Oito anos se passaram desde aquele dia. Em um dos grupos de que participo, alguém citou no começo da tarde: “O Weber ganhou o Nacional de novo!”. Sim, de novo, pois esta não foi a segunda vez - desde aquele encontro fatídico na primeira rodada do que seria o primeiro título nacional dele, Alexandre Weber já levou o troféu para casa quatro vezes: em 2016, 2017, 2018 e agora em 2024.
Weber começou no Magic aos sete anos, jogando com amigos em seu condomínio e depois transitou para o Yu-Gi-Oh! competitivo, retornando ao Magic somente em 2015, onde apostou no Pauper por ser o único formato onde ele conseguia ter um deck.
Hoje, ele não apenas é tetracampeão brasileiro e um dos melhores e mais influentes jogadores de Pauper do Brasil e do mundo, como também é membro do Pauper Format Panel, comitê que colabora com a Wizards of the Coast para regular o Metagame do Pauper e a iniciativa mais importante da história recente do formato. Além disso, Alexandre também é criador de conteúdo no seu canal no YouTube.
Esta semana, pude me reunir com ele novamente para conversar sobre Pauper, o Metagame e a sua perspectiva do que seria o formato ideal, além de discutirmos também sobre o Pauper Format Panel e o futuro do formato.
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Em nome da equipe da Cards Realm, agradeço ao Alexandre Weber por nos conceder essa entrevista. Como jogador de Magic, agradeço por ter me proporcionado, lá em 2016, um dos momentos mais positivos e memoráveis da minha história com o Pauper e com torneios competitivos.
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Você pode encontrar Alexandre Weber em sua conta no Twitter (@webermtg) e também em seu canal do YouTube.
Obrigado pela leitura!
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