A temporada de Aetherdrift chegou!
Enquanto o Regional Championship do Estados Unidos não permitiu o uso de cards de Aetherdrift, pois o evento ocorreu na semana de prerelease, o torneio que contou com mais de mil jogadores demonstrou um panorama preocupante para o Modern: os decks de Underworld Breach cresceram em popularidade e, mesmo com um alvo nas cosas, conseguiu a melhor conversão de Top 32 e Top 16, levantando debates sobre um possível banimento em março.
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Do outro lado da esfera, o Japan Standard Cup, com 477 competidores, demonstrou os primeiros resultados de Aetherdrift no formato Standard, com cards como Afterburner Expert e Oildeep Gearhulk se destacando em listas já consolidadas.
Confira neste artigo as principais novidades dos eventos de Magic deste fim de semana. Nesta edição, focaremos apenas no Standard e no Modern, visto que foram os formatos com maiores eventos fora dos Challenges, que não cobriremos esta semana.
Standard
O primeiro torneio de grande porte com Aetherdrift ocorreu neste fim de semana no Japão: o Japan Standard Cup contou com 477 jogadores e apresentou as primeiras ideias e listas competitivas do Standard com os novos cards da expansão.
O evento foi vencido por Matsumoto Tatsunori com uma lista de Azorius Oculus utilizando dois cards do set: o reprint mais que necessário de Spell Pierce e também Bounce Off como cópias complementares de proteção e bounce para suas criaturas.
O destaque do evento ficou para o finalista Daisuke Iwabuchi, que mesclou a lista de Gruul Delirium que tem crescido no Metagame nas últimas semanas com um novo mecanismo em torno da combinação de Afterburner Expert e Draconautics Engineer, ambas criaturas excelentes por conta própria, mas habilitam turnos muito explosivos quando muitas cópias de Afterburner Expert estão no cemitério.
Outro card novo relevante na lista foi Dredger’s Insight, um encantamento que alimenta o Delirium enquanto garante mais chances de colocar muitas cópias de Afterburner Expert no cemitério.
Oildeep Gearhulk apareceu em uma das listas de Dimir Midrange como um set completo. Enquanto testes ainda são necessários para definir se ele será uma futura staple do formato, seu custo, corpo, habilidades e efeito de ETB o tornam um card completo em diversas circunstâncias do Metagame atual, além dele desviar de Go for the Throat, Nowhere to Run, Cut Down e Anoint with Affliction enquanto é punitivo de voltar para a mão com mágicas de Bounce.
Outro evento relevante de Standard no fim de semana foi o RCQ da SCGCon que ocorreu junto ao Regional Championship de Portland, nos Estados Unidos, onde a principal informação que este torneio trouxe foi a adaptação dos decks de Bounce para incluir Momentum Breaker, Spell Pierce e Grim Bauble.
The Speed Demon também fez uma aparição no Top 32 em uma lista de Rakdos Demons, onde a nova criatura interage com Unholy Annex enquanto seu drawback é compensado por Sheoldred, the Apocalypse.
Modern
O Modern foi o palco do Regional Championship dos Estados Unidos, ocorrido neste fim de semana em Portland, com 1028 jogadores. O Metagame pode ser conferido nas imagens abaixo.


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E o Top 8 incluiu os seguintes decks e jogadores.

Existem dois decks que podemos destacar neste evento. O primeiro é o vencedor do torneio, Amulet Titan.
A resiliência do Amulet Titan no Modern é admirável. Não importa quantas ondas de power creep o formato enfrente, ele sempre dá um jeito de voltar para o formato e fazer bons resultados - Titan é, talvez, o deck que melhor abraçou harmoniosamente os cards de Modern Horizons sem quebrar o formato ao meio em nenhuma ocasião.
Mas precisamos conversar sobre o elefante na sala:
As variantes de Underworld Breach foram amplamente esperados no Regional Championship estadunidense, e mesmo com um alvo nas costas, ele foi o deck mais jogado ao lado do Boros Energy, teve uma taxa de conversão maior do que do seu principal competidor e ainda colocou três jogadores no Top 8, oito jogadores no Top 16 e conquistou dezesseis colocações no Top 32.
Por fim, ele foi o arquétipo com amostragem ampla com a maior taxa de vitórias do torneio, com 54,4%, como apresentado pelo usuário de Reddit m0ist_cactus na imagem abaixo, ou na planilha que pode ser conferida aqui.

A dúvida que paira agora na comunidade de Modern é se Breach é um deck quebrado, e todos os sinais apontam para que sim. Seus resultados no RC têm todos os padrões de um arquétipo problemático: ele é esperado, passa por cima do hate, tem a maior taxa de vitórias e a maior taxa de conversão em Top 32 de um torneio com mais de mil jogadores.
Breach já mostrava bons resultados após o banimento de Nadu, Winged Wisdom e foi um dos arquétipos que se manteve competitivamente relevante durante o período de dominância do Boros Energy. Parte disso era atribuído à sua velocidade, e outra parte ao fato dele ter uma condição de vitória que passava por cima de The One Ring com Thassa’s Oracle - e não restam dúvidas de que o desbanimento da Mox Opal alavancou o combo para um novo patamar no Modern competitivo.

Podemos afirmar que a Wizards cometeu um erro ao desbanir Mox Opal? Teoricamente, sim. Mana gratuita sempre é um problema, cards como Simian Spirit Guide e a própria Mox Opal foram banidas por esse motivo e a empresa assumiu um risco ao desbanir este artefato na expectativa de que ele apareceria em decks como Affinity. Os tempos mudaram, cartas mais fortes saíram, inclusive uma que não deveria ser válida no Modern agora que chegamos neste ponto.

Há um motivo pelo qual Underworld Breach é banido do Pioneer e do Legacy - é fácil quebrar um Yawgmoth’s Will de duas manas e o que este card oferece é o efeito de uma das cartas mais poderosas de Magic com um custo adicional que é fácil de burlar para diversos arquétipos: no Pioneer, bastava usar Tome Scour para millar o próprio deck e ganhar com Thassa’s Oracle. No Legacy, Brain Freeze entrou até nas listas de Delver of Secrets para dar ao melhor arquétipo do Legacy um combo-kill do qual ele não precisava.
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Agora, após alguns anos sendo um mecanismo de valor em decks de Prowess, Underworld Breach chegou ao temido limiar de potencialmente quebrado.
Devemos esperar banimentos no Modern?
O próximo anúncio de Banidas e Restritas de Magic ocorre em 31 de março, tempo o suficiente para o Metagame do Modern tentar se ajustar, responder ao Breach, suceder, falhar, tentar de novo e ficar neste ciclo até resolver este problema ou até a Wizards precisar tomar uma ação - e neste caso, minha expectativa é de que Underworld Breach deixe o formato.

Mox Opal é um card perigoso. Mana gratuita, como já mencionado, é sempre um risco. No entanto, quais outros arquétipos têm aproveitado o card desbanido além do Breach e feito resultados consistentes?
Arquétipos como Hammer Time ou Broodscale Combo são algumas das estratégias que usam o artefato para acelerar seus turnos, tal qual algumas versões de Affinity também usam com o mesmo propósito, sem contar as listas de Urza, Lord High Artificer - e não podemos negligenciar a possibilidade do Breach estar ofuscando o espaço desses baralhos, mas o problema que temos hoje no Modern só existe porque Underworld Breach é um card quebrado, com ou sem Mox Opal.
Vale a pena, portanto, correr o risco de Mox Opal quebrar mais um deck caso Underworld Breach seja banido? Acredito que o card merece o benefício da dúvida: Faithless Looting, Green Sun’s Zenith e Splinter Twin foram desbanidos com ele e tiveram impactos relativamente saudáveis no Modern e ajudaram a diversificar o Metagame, então Mox Opal pode ter uma chance de trazer benefícios ao Modern sem ser reutilizado repetidas vezes com o Yawgmoth’s Will que temos em casa.
Conclusão
Isso é tudo por hoje!
Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!
Obrigado pela leitura!
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